180 anos de nascimento (1836)
120 anos de morte (1896)
Antônio Carlos Gomes (1836-1896) foi o mais importante músico brasileiro do século XIX e o principal compositor de óperas das Américas no mesmo período. Nascido na cidade de Campinas e se transferiu para o Rio de Janeiro para estudar no Conservatório de Música, onde escreveu suas duas primeiras óperas, cantadas em português. Com bolsa do Imperador D. Pedro II se transferiu para a cidade de Milão, na Itália, onde estreou sua mais famosa partitura, a ópera Il Guarany, em 1870, que alcançou um estrondoso sucesso. Naquele país escreveu ainda as óperas Fosca, Salvator Rosa, Maria Tudor, Lo Schiavo, Condor e Colombo. Na Itália viveu por toda sua vida, com vindas frequentes ao Brasil para encenar suas óperas. Escreveu também obras em outros gêneros como canções para canto e piano, hinos, cantatas, missas e peças para piano solo, entre outras. Faleceu na cidade de Belém do Pará, pouco antes de assumir as funções de diretor do Conservatório de Música local.
Apesar de sua enorme importância, tanto para o Brasil quanto para a Itália, uma parte da obra de Carlos Gomes encontra-se ainda em forma de manuscritos, depositados em algumas das principais instituições culturais brasileiras como o Museu Histórico Nacional, o Museu Carlos Gomes de Campinas, o Museu Imperial de Petrópolis, a Biblioteca Nacional e a Biblioteca da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ciente de suas responsabilidades enquanto instituições culturais dedicadas à produção musical do Brasil, a Academia Brasileira de Música e a Escola de Música da UFRJ desenvolveram o PROJETO CARLOS GOMES com o intuito de trazer à luz a obra do compositor no ano que marca duplamente seu nascimento e morte.
O PROJETO CARLOS GOMES divide-se em três linhas de ações. A primeira delas é a elaboração do CATÁLOGO DAS OBRAS DE ANTÔNIO CARLOS GOMES, que reúne pela primeira vez, de forma sistemática, informações dispersas em diferentes fontes e acervos. A organização do catálogo é de fundamental importância para o conhecimento da totalidade da obra do compositor, a localização dos manuscritos, seus conteúdos e eventuais edições. A importância da organização de catálogos pode ser mensurada pelas palavras do musicólogo Régis Duprat, ocupante da cadeira no10 da ABM. Duprat afirma que um catálogo
“(…) é obra de consulta essencialmente referencial; oferece os elementos para uma indispensável identificação das obras catalogadas e constitui instrumento básico de pesquisadores e de todos quantos desejem ampliar o seu conhecimento da música encerrada nos arquivos, ou dar uma contribuição na identificação ou comparação de acervos conhecidos ou que venham a ser descobertos.” [1]
A segunda linha de ação é dedicada à edição de obras do compositor ainda em manuscritos. As editoras com as quais o compositor assinou contratos e transferiu direitos pouco investiram na edição de suas óperas, com exceção das versões para canto e piano. Decorridos 120 anos do falecimento de Carlos Gomes, as editoras ainda oferecem velhos materiais manuscritos, configurando-se assim, de maneira inequívoca, o desinteresse pela sua preservação e difusão. Em sua linha editorial o Projeto Carlos Gomes pretende produzir novas edições de obras do compositor, inclusive algumas ainda inéditas, como as inacabadas óperas I Moschetieri e Morena. A revisão e edição das obras poderão também agregar repertório novo aos recitais de canto lírico.
A terceira linha de ação é dedicada à realização de concertos com obras de Carlos Gomes, sua gravação e difusão gratuita através da internet.
O projeto se reveste também de alta relevância científica, especialmente pelo que poderá gerar de conhecimento novo sobre a obra de Carlos Gomes e o período em que viveu, a partir da pesquisa em fontes. Ao mesmo tempo, o projeto propiciará a difusão da obra de Carlos Gomes e da cultura musical brasileira, colaborando decisivamente para uma reavaliação do papel do compositor e do gênero ópera na sociedade brasileira dos séculos XIX e XX. Por fim podemos avaliar a relevância científica do projeto pelas perspectivas que abrirá para a difusão da obra de Carlos Gomes.
Objetivos gerais
Objetivos específicos
Para o desenvolvimento do Projeto Carlos Gomes foi organizado um grupo de pesquisadores. A comissão para elaboração do catálogo é coordenada pelo acadêmico Lutero Rodrigues, que trabalha com uma equipe multidisciplinar de profissionais de diferentes instituições e consultores internacionais. As instituições envolvidas no projeto são aquelas que possuem manuscritos de Carlos Gomes em seus acervos ou que tenham a elas vinculadas pesquisadores especialistas na obra do compositor. Na equipe estarão representadas as seguintes instituições:
O trabalho de revisão das partituras e editoração das obras de Carlos Gomes é coordenado pelo acadêmico Roberto Duarte.
Os profissionais envolvidos no Projeto Carlos Gomes são:
André Cardoso (Coordenador geral e pesquisador – UFRJ e ABM)
Violista e regente graduado pela Escola de Música da UFRJ, com Mestrado e Doutorado em Musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Estudou regência com os maestros Roberto Duarte e David Machado. Recebeu, durante três anos, bolsa da Fundação Vitae para curso de aperfeiçoamento na Argentina com o maestro Guillermo Scarabino, na Universidade de Cuyo (Mendoza) e no Teatro Colón de Buenos Aires. Em 1994 foi o vencedor do Concurso Nacional de Regência da Orquestra Sinfônica Nacional, passando a atuar à frente de conjuntos como a Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Orquestra Filarmônica do Espírito Santo, Orquestra Sinfônica de Campinas, Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Petrobrás Sinfônica e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi maestro assistente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro entre 2000 e 2007. Como pesquisador dedica-se ao estudo da música brasileira dos séculos XVIII ao XX, tendo publicado inúmeros artigos e dois livros. O primeiro, “A música na Capela Real e Imperial do Rio de Janeiro”, foi editado pela Academia Brasileira de Música em 2005. Em 2008 lançou seu segundo livro, “A música na Corte de D. João VI” pela Editora Martins Fontes de São Paulo. É professor de regência e prática de orquestra da Escola de Música da UFRJ, instituição da qual foi diretor em dois mandatos, entre 2007 e 2011. É membro da Academia Brasileira de Música, seu atual presidente, e Diretor Artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Lutero Rodrigues (Coordenador do catálogo – ABM e UNESP)
Doutor em Musicologia pela Escola de Comunicações e Artes da USP e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes-Música, do Instituto de Artes da UNESP. Entre todas suas atividades, prioriza o estudo, pesquisa, interpretação e divulgação da música brasileira, atuando em três áreas principais: regência, musicologia e ensino universitário. Ao regressar de um período em que continuou seus estudos na Alemanha, de 1981 a 1983, dedicou-se à formação de jovens instrumentistas, dirigindo inúmeros festivais de música, com destaque para o Festival de Inverno de Campos do Jordão, do qual foi Diretor Artístico, de 1987 a 1990. Como Regente, durante 20 anos, foi diretor de diversas orquestras, destacando-se o período em que esteve à frente da Sinfonia Cultura – Orquestra da Rádio e TV Cultura, de São Paulo, entre 1998 e 2005. Foi regente convidado da maioria das principais orquestras brasileiras e também atuou no exterior, priorizando sempre o repertório brasileiro, do qual é responsável pela estreia de mais de uma centena de obras. Na área da musicologia, produziu numerosos textos sobre diversos compositores brasileiros e suas obras, vários deles publicados, com ênfase nas linhas de análise e interpretação, bem como história, estilo e recepção. Em 2011 publicou pela editora UNESP o livro “Carlos Gomes: um tema em questão”, onde aborda a ótica modernista e a visão de Mário de Andrade sobre o compositor. É docente do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP, desde 2005 e membro da Academia Brasileira de Música desde 2002.
Roberto Duarte (Coordenador das edições – ABM e UFRJ)
Desenvolve intensas atividades como regente no Brasil e no exterior. Seu interesse pela música brasileira o coloca em posição de destaque no cenário musical, com a apresentação de mais de uma centena de obras em primeira audição mundial, a revisão das inúmeras obras para orquestra de Villa-Lobos e a edição de Il Guarany e Lo Schiavo, de Carlos Gomes, para a FUNARTE. Foi aluno de Francisco Mignone e Eleazar de Carvalho na Escola Nacional de Música e fez cursos de aperfeiçoamento na Itália e Alemanha. Foi laureado em 1975 com o Prêmio ‘Serge Koussevitzky’ no Concurso Internacional de Regência do Festival Villa-Lobos. Dirige as principais orquestras brasileiras e no exterior, como a Tonhalle Orchester Zürich, a Ungarische Philharmonie, a Orchestre de la Radio Suisse Romande, a Slovak Symphony Orchestra, a Moscow Chamber Orchestra, a Bruckner-Orchester Linz e a Tchaikowsky Symphony Orchestra Moscow. Recebeu da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA – o prêmio de Melhor Regente do Ano de 1994 e 1997. Em 1996 recebeu do Governo Brasileiro o Prêmio Nacional da Música, como regente. Em 2001 e 2010 recebeu o Prêmio Carlos Gomes por sua atuação no campo da ópera. Foi professor de regência durante 27 anos na UFRJ e ministrou master classes em vários estados brasileiros e também no Chile, Grécia, Suíça e Itália. Foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica da UFRJ (1981-1994), da Orquestra Sinfônica do Paraná (1998-1999) da Orquestra Unisinos, no Rio Grande do Sul (2003-2005) e fundador e diretor musical da Orquestra do Theatro São Pedro, em São Paulo (2010-2012).
Maria Alice Volpe (Coordenadora musicológica do catálogo de obras e pesquisadora – UFRJ e ABM)
É docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 2002. Doutora (Ph.D.) em Musicologia e Etnomusicologia pela Universidade do Texas, Austin, EUA; Mestre em Música pela UNESP. Desde 1994 tem colaborado em publicações nacionais e internacionais, entre as quais EDUPS, UMI-Research Press (EUA), Turnhout (Bélgica), Ashgate (Inglaterra), Orpheus Edizione (Bologna), Latin American Music Review (EUA), Die Musik in Geschichte und Gegenwart (Alemanha), Convergência Lusíada (do Real Gabinete Português de Leitura) e Brasiliana (Academia Brasileira de Música). Conferências na Fundação Casa de Rui Barbosa, Universidade de São Paulo, Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Coimbra, King’s College de Londres e Sociedade Internacional de Musicologia. Prêmios: Steegman Foundation Grant for South-American Scholar, International Musicological Society (2007); Music & Letters Trust – Oxford University Press (2008) e Fundação Biblioteca Nacional (2009). Desde 2010 é editora da Revista Brasileira de Música e organizadora do Simpósio Internacional de Musicologia da UFRJ. Tem-se dedicado à pesquisa da música brasileira do século XVIII ao XX, bem como aos problemas teórico-conceituais e às questões críticas da musicologia.
Mário Alexandre Dantas Barbosa (Pesquisador assistente para o catálogo de obras – CPII e UFRJ)
Docente do Colégio Pedro II desde 2015. Doutorando em Musicologia na UFRJ. Mestre em Musicologia pela UFRJ (2012). Licenciado em Música pela UFRJ (2009). Atuou como profesor substituto de História da Música e Música Brasileira na UFRJ (2015). Autor de artigos publicados em anais de eventos científicos da área de música de âmbito nacional (ANPPOM) e internacional (SIMPOM, SIM-UFRJ, SIMA), bem como em periódico acadêmico especializado (Revista Brasileira de Música). Tem-se dedicado à pesquisa da música paraense dos séculos XIX e XX, do periodismo musical brasileiro e da literatura musical com fins didáticos. Catalogou a obra completa do compositor paraense Otávio Meneleu Campos (1872-1927). Colabora com o Projeto Bibliografia Musical Brasileira da Academia Brasileira de Música, integra como pesquisador-assistente o Projeto RIPM-Brasil e participa do Grupo de Pesquisa Novas Musicologias (UFRJ).
Achille Picchi (Pesquisador – UNESP)
É Doutor em Música pela UNICAMP/SP, Mestre em Educação pela USP/SP e Bacharel em piano pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (1973). Possui ainda o Bacharelado em Letras (Português/Inglês) pela Organização Santamarense de Educação e Cultura (1973) e Licenciatura em Educação Artística pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (1973). Pianista, compositor e regente começou sua atividade profissional em 1972 e realizou concertos e recitais, no Brasil e países europeus. Foi regente assistente da Orquestra Sinfônica de Brasília, 1989-90; regente assistente do Coral Lírico de Teatro Municipal de São Paulo; regente titular da Orquestra Jovem de Brasília, 1989-90. Foi professor de várias instituições superiores, incluindo a Universidade de Campinas, onde criou a cadeira de História da Música Brasileira no curso de graduação. É compositor, com extenso catálogo de obras para todas as formações. Várias de suas obras foram estreadas no Brasil e no exterior, e são executadas com frequência, com destaque para apresentações em Portugal, França, Alemanha e EUA. Musicólogo, com artigos em várias revistas e jornais, foi diretor adjunto da Sociedade Brasileira de Musicologia, São Paulo. Em 1993 ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e em 1997 o Prêmio Carlos Gomes, ambos como melhor recitalista. Atualmente é professor de composição e análise na UNESP. Especialista na obra vocal de câmara e para piano de Carlos Gomes tendo editado várias obras para a FUNARTE (Ministério da Cultura).
Lenita Waldige Mendes Nogueira (Pesquisadora – UNICAMP e MCG)
Doutora em História Social pela UNICAMP e Mestre em Musicologia pela USP, é Docente do Departamento de Música do Instituto de Artes da UNICAMP. Tem se dedicado à pesquisa em musicologia histórica, com ênfase na música brasileira dos séculos XVIII e XIX, em especial à obra de Carlos Gomes. Publicou em 2011 a biografia do compositor em livro intitulado A lanterna mágica e o burrico de pau: memórias e histórias de Carlos Gomes, pela editora Arte Escrita. Elaborou o catálogo de manuscritos do Acervo Manuel José Gomes do Museu Carlos Gomes de Campinas e coordenou o projeto restauração da ópera Joanna de Flandres de Carlos Gomes, financiado pela FAPESP, que resultou na transcrição integral da partitura desta ópera composta em 1863. Membro da Academia Campineira de Letras e Artes e curadora do Museu Carlos Gomes de Campinas.
Marcos Virmond (Pesquisador – USC)
Professor do Curso de Música da Universidade Sagrado Coração em Bauru, São Paulo e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Botucatu (SP). Obteve seu doutorado em Música pela UNICAMP e sua linha de pesquisa inclui a música brasileira do século XIX a XXI, com interesse particular nas óperas de Antonio Carlos Gomes. Publicou vários artigos sobre o compositor e o livro “Condor de Antonio Carlos Gomes, uma análise de sua história e música” (EDUSC, 2003).
Elizete Higino (Pesquisadora – BN)
Chefe da Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Fundação Biblioteca Nacional. É bibliotecária graduada pela Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro, onde realizou também o curso de pós-graduação em Indexação da Informação. Bacharel em Música – Piano, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Preservação de Bens Culturais e Projetos Sociais – CPDOC / Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, defendendo a dissertação Um século de tradição: a Banda de Música do Colégio Salesiano Santa Rosa (1888-1988). MBA em Gestão e Produção Cultural, Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro. Foi a Primeira brasileira selecionada, na área de música, para realizar estágio no Servicio de Partituras, Registros Audivisuales da Biblioteca Nacional de Madrid, patrocinado pelo Ministério da Educação, Cultura e Esporte da Espanha. Organizadora dos Catálogos de obras dos compositores Ernani Aguiar, 2005, Osvaldo Lacerda, 2006 e Ronaldo Miranda, 2008 editados pela Academia Brasileira de Música. Organizadora do livro José Guerra Vicente: o compositor e sua obra, 2006, comemorativo ao centenário de nascimento do compositor, editado pela Academia Brasileira de Música. Trabalhou como produtora do CD Terra dos Homens (The World of Man), com obras do compositor Ricardo Tacuchian, selo ABM Digital, 2008. Organizadora do livro Ricardo Tacuchian e sua obra: catálogo e notas biográficas, 2014, editado pela Fundação Biblioteca Nacional.
Gaspare Nello Vetro (Consultor internacional – Itália)
É o mais importante estudioso da obra de Carlos Gomes na Itália. Graduado em Direito pela Universidade de Roma e em Economia pela Universidade de Parma, dedica-se aos estudos musicais e à pesquisa em música, com especial ênfase em Carlos Gomes e seu período italiano. Foi diretor administrativo do Conservatório de Música de Milão e diretor da Academia Nacional de Dança de Roma e do Conservatório de Música de Parma. Entre seus inúmeros trabalhos musicológicos se destacam os estudos sobre o maestro Arturo Toscanini, de 1974 e 1982, e pesquisas sobre Giovanni Bottesini, publicadas em 1989 pela Universidade de Parma para o centenário do compositor. Sobre Carlos Gomes destacam-se os dois volumes de Carteggi italiani, de 1977 e 1998, e a coletânea Antônio Carlos Gomes, de 1982. Todos foram traduzidos para o português e publicados no Brasil. Publicou ainda na Itália Antônio Carlos Gomes: Il Guarany, em 1996. Reorganizou o Museo del Risorgimento em Fidenza e editou o catálogo do Fundo de Música da Banda della Guardia Nazionale di Parma. Em 1989 supervisionou a publicação do primeiro livro traduzido e publicado na Itália sobre Heitor Villa- Lobos, de autoria do musicólogo brasileiro Vasco Mariz. Por sua relevante produção acadêmica recebeu, em 1980, do Ministério da Educação da República Italiana, a Cruz de Cavaleiro. Sua dedicação a Carlos Gomes e à música brasileira foi reconhecida pelo governo brasileiro em diferentes ocasiões. Em 1988 recebeu a Medalha Villa-Lobos do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e em 1996, por ocasião do centenário de morte de Carlos Gomes, ganhou o título de Comendador da Ordem do Rio Branco da Presidência da República e a Medalha Carlos Gomes da cidade de Campinas (SP). É membro correspondente da Academia Brasileira de Música.
Philip Gossett (Consultor internacional – EUA)
Professor da Universidade de Chicago desde 1968. Doutor (PhD) pela Universidade de Princeton (1970). Historiador da Música com ênfase na ópera italiana do século XIX, com estudos sobre manuscritos, crítica textual, estética e prática de performance. Autor de dois livros sobre Donizetti, a sua obra Divas and scholars: performing italian opera (Chicago UP, 2006) ganhou o prêmio Otto Kinkeldey da Sociedade Americana de Musicologia. Editor geral de The Works of Giuseppe Verdi (Chicago UP, Ricordi, Milão) e The Works of Gioachino Rossini (Barenreiter-Verlag, Kassel). Uma das maiores autoridades sobre ópera italiana, Philip Gosset é o primeiro musicólogo a ser distinguido com o Mellon Distinguished Achievement Award da The Andrew W. Mellon Foundation. Condecorado Cavaliere di Gran Croce, a maior honraria civil do governo italiano. Presidente da Sociedade Americana de Musicologia. Suas pesquisas sobre manuscritos de Rossini e Verdi em arquivos fora da Itália têm abordado, recentemente, o acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ. Participou de duas edições do Simpósio Internacional de Musicologia da UFRJ e é membro do conselho editorial da Revista Brasileira de Música.